O professor de Química, Robson Luiz Almeida de Jesus, do Colégio Estadual Professor Edgard Santos (CEPES), no município de Governador Mangabeira, desenvolve uma pesquisa no Mestrado Profissional em Química (PROFQUI), da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Campus de Amargosa. O trabalho, que alia ciência, tecnologia e sustentabilidade, foca na melhoria do processo de ensino e aprendizagem em sala de aula. A iniciativa integra o movimento de fortalecimento da carreira docente na rede estadual, impulsionado pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC) com políticas de valorização e incentivo à formação continuada.
O estudo consiste na construção de uma maquete funcional que simula a produção de hidrogênio verde a partir da eletrólise da água, utilizando energia solar. O equipamento será utilizado como recurso didático no Ensino Médio, tornando os conceitos eletroquímicos mais atrativos e próximos da realidade dos estudantes. A proposta prevê segurança e praticidade, superando limitações de experimentos convencionais e, em etapas futuras, a inclusão de sensores e microcontroladores, ampliando seu uso em projetos ligados à educação ambiental e tecnológica.
“O que me motiva, ao longo de 29 anos lecionando, é saber que a Educação muda a vida das pessoas. No meu caso, filho de caminhoneiro e de operário de fumo, me tornei engenheiro químico e professor concursado do Estado”, contou Robson. Nascido em Cruz das Almas, ele iniciou sua trajetória acadêmica na rede estadual, em 2011. Ao longo da carreira, participou de cursos e formações promovidos pela SEC, como Ciências Ambientais, Inclusão Social e Novas Tecnologias, além da pós-graduação em Ensino de Química.
Destaque no cenário acadêmico
No último dia 15 de setembro, Robson apresentou o trabalho intitulado “Aplicabilidade pedagógica de um modelo comercial de eletrólise (P.E.M.) no Ensino Médio”, no X Encontro de Química da Bahia (EQBA), realizado na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), em Jequié. O evento, que teve como tema “Química verde para o desenvolvimento regional sustentável”, reuniu pesquisadores de todo o Estado. Ele também submeteu um trabalho para a Reunião Anual de Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura do Recôncavo da Bahia (Reconcitec 2025), que será realizada em outubro, em Cruz das Almas, com o tema “UFRB 2.0: o futuro da ciência”.
A pesquisa reforça a importância de aproximar os estudantes das práticas científicas inovadoras e da discussão sobre a transição energética. “Este é o momento crucial para a química verde, a sustentabilidade e o hidrogênio como alternativa aos combustíveis fósseis. Nosso trabalho oferece uma base sólida para compreender esses processos no Ensino Médio”, destacou. Para o professor, a compreensão dos fenômenos eletroquímicos é fundamental, já que o tema é cobrado no Enem e em vestibulares.
Com previsão de defesa do mestrado em abril de 2026, o docente segue motivado e engajado em projetos que unem ensino, pesquisa e inovação. “Estou com 51 anos e me sinto jovem. Onde faço mestrado, sou o mais velho da turma, mas acredito que a jovialidade está na cabeça. Pretendo ser referência e modelo para os estudantes”, afirmou. Na escola, ele utiliza metodologias criativas, como cinema, artigos e debates, além de orientações sobre o uso do celular em sala, para estimular o interesse dos alunos e tornar o aprendizado mais dinâmico.