O fortalecimento da apicultura baiana tem um importante aliado, o Centro Tecnológico Agropecuário do Estado da Bahia (Cetab), vinculado à Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri), que vem expandindo significativamente os serviços de análise laboratorial da qualidade do mel. A ampliação das análises responde a um desafio do setor, houve um crescimento de 244% entre 2023 e 2024, seguido de novo salto de 37% este ano, expandindo para avaliações de pólen e própolis.
O mel está entre os produtos mais diversificados, com relação direta com a floração e o bioma de cada região, sendo sua pureza essencial para manter seus valores nutricionais, tornando o trabalho do Cetab ainda mais importante para conquistar a confiança do consumidor e abrir novos mercados para os apicultores baianos.
Paulo Mesquita, coordenador-geral do Cetab, explica que os técnicos realizam avaliações personalizadas das amostras trazidas pelos produtores, oferecendo diagnósticos para cada realidade produtiva. O trabalho inclui esclarecimentos sobre certificação, rastreabilidade e adequação às normas sanitárias vigentes.
“O diálogo direto com produtores tem sido fundamental para disseminar boas práticas e orientar sobre a importância da certificação”, afirma Paulo Mesquita. Para ele, a apicultura baiana está no caminho certo, combinando tradição, ciência e sustentabilidade para oferecer ao mercado um produto de qualidade certificada.
As análises avaliam parâmetros físico-químicos como cor, umidade, acidez e teor de açúcar. No laboratório é possível identificar possíveis adulterações ou sinais de aquecimento excessivo. A análise sensorial complementa o processo avaliando sabor, aroma e textura para garantir a pureza e alta qualidade do mel.
Rigor científico garante excelência
Do Litoral Norte, Chapada Diamantina, Ribeira do Pombal a Luís Eduardo Magalhães, passando por Ibotirama, apicultores de diferentes regiões baianas já enviam suas amostras para o laboratório do Cetab. Por trás dos números está um trabalho minucioso que segue critérios rigorosos dos pesquisadores.
“Múltiplos fatores influenciam a qualidade do mel, desde a origem botânica e geográfica até as condições climáticas, sanidade, manejo das colônias e processos de colheita, extração e armazenamento. Por isso, a verificação dessas características depende de análises laboratoriais específicas, capazes de identificar a pureza e a qualidade do produto”, explica a Drª. Jossimara Neiva, pesquisadora do Cetab.
Para garantir a excelência, os apicultores também devem manter controle rigoroso em toda a cadeia produtiva. “A responsabilidade dos produtores com a segurança alimentar é essencial, considerando que o mel é um alimento nobre produzido pelas abelhas, os insetos mais importantes do mundo”, destaca a pesquisadora.
Cetab leva ciência ao campo
Para ampliar o alcance e a efetividade dos serviços laboratoriais aos produtores, a Seagri leva o Cetab Itinerante ao campo, com estações temporárias de análise diretamente aos eventos agropecuários. Esta iniciativa oferece análises imediatas de mel, com programação que inclui palestras técnicas sobre apicultura moderna, controle de qualidade, beneficiamento e comercialização.
