ENTRETENIMENTO

Fórum sobre neurodiversidade reúne especialistas e representantes de instituições no Parque Social – Prefeitura Municipal de Salvador

Fotos: Bruno Concha/Secom PMS

Reportagem: Ana Virgínia Vilalva e Camila Vieira/Secom PMS

Com o objetivo de alertar a população sobre a importância em promover a inclusão das pessoas neuroatípicas, especialistas, representantes de instituições ligadas à luta pelos direitos dos indivíduos neuroatípicos e população estiveram presentes no Fórum Neurodiversidade em Ação. Os debates, palestras e troca de vivências foram realizados, nesta sexta-feira (11), no Parque Social, no Parque da Cidade, no Itaigara, e foram realizados em parceria com a Universidade Católica do Salvador (Ucsal). A atividade faz parte do Abril Azul, mês dedicado à conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

São consideradas pessoas neuroatípicas aquelas que possuem desenvolvimento neurológico e funcionalidade cognitiva considerados fora dos padrões típicos da população. Alguns exemplos são os casos de transtorno do espectro autista (TEA), transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), dislexia, síndrome de Tourette, entre outros. Mãe atípica, psicóloga e diretora de um centro integrado de saúde mental, Isabela Barreto foi uma das palestrantes do Fórum.

Durante a explanação, ela falou sobre as diferenças entre a neurodiversidade e a neurodivergência. “As pessoas acham que é a mesma coisa, e são conceitos diferentes. A neurodiversidade reconhece e celebra a diversidade de cérebros e mentes humanas, enquanto que a neurodivergência se refere a uma pessoa com alguma diferença neurológica significativa”, pontuou.

“Neurodivergência pode incluir condições como autismo, TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), Síndrome de Tourette, dislexia e superdotação. Cada uma dessas condições apresenta características únicas que contribuem para a pluralidade neurocognitiva. Esse momento de hoje é de suma importância para falar sobre políticas públicas, sobre a necessidade de inclusão e os impactos dos estímulos para as pessoas neurodivergentes, desde a infância até a velhice”, destacou.

Para a psicóloga, falar sobre inclusão é o primeiro passo para conquistar uma sociedade inclusiva. “O tema, que por muito tempo ficou escondido, atualmente tem sido cada vez mais discutido e isso é um ganho maravilhoso para nós como sociedade. Entender que cada indivíduo carrega suas singularidades traz muito mais leveza para a vida. Falar sobre isso nos fortalece contra o preconceito, que infelizmente ainda é muito maior do que a inclusão”, avaliou.

A diretora-geral do Parque Social, Sandra Paranhos, disse que a ideia de promover o evento surgiu da necessidade de aprimorar o atendimento ofertado às pessoas neuroatípicas. “O Fórum está sendo um espaço para discussões, reflexões e aprendizados. Aqui temos estudantes de saúde, profissionais já formados e atuantes, familiares e representantes de instituições ligadas à causa. Todos que, de alguma forma, têm envolvimento com pessoas neuroatípicas. É uma grande oportunidade de aprendizado e alerta à sociedade para a necessidade de ampliar o acesso à informação sobre pessoas com TEA, autismo e demais neurodivergências”, declarou.

Presente da mesa de debates, a diretora de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência da Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), Daiane Pina, frisou a importância da atividade ao propor um espaço de diálogo sobre inclusão. “Momento fundamental para falar sobre neurodiversidade. Já falamos muito para os grupos atípicos, mas o debate precisa se estender à toda sociedade. Precisamos trazer à tona o viés de inclusão social. É preciso incluir, aceitar e oportunizar essas pessoas que são tão invisibilizadas”, afirmou.

Para a diretora, o Fórum se fortalece como espaço de aprendizados, trocas de experiências e práticas inclusivas de disseminação de conhecimentos relativos à neurodiversidade, fortalecendo a rede de apoio. “Estamos trocando e adquirindo informações para que todos saibam como lidar com a neurodiversidade. Precisamos aprender a conviver com as pessoas com deficiência, todos no mesmo espaço, e esse lugar, que chamo de mundo, precisa ser de acolhimento”, ressaltou Daiane.

Temas diversos – O Fórum reuniu profissionais que discutiram sobre o tema em diferentes contextos, como educação, inclusão social, tecnologia, dentre outros. Ao longo do evento foram realizadas oficinas de forma simultânea, propiciando debates, dinâmicas e grupos de trabalhos.

A programação contemplou palestras com os temas: ‘O Serviço Social na Interseção da Neurodiversidade e da Justiça Social’ proferida pela assistente social e membro do Conselho Profissional do CRESS-BA, Joelma de Jesus; ‘Desvendando a síndrome de Irlen e seus impactos na aprendizagem, esta pela professora e mestre em História Social, Luciana Onety; e ‘Neurodivergência e o Futuro da Inclusão’, conduzido pelo educador e filósofo Nenrod Douglas, pai de Eduardo Santos Oliveira, um jovem neurodivergente.