Foto: Lucas Moura/ Secom PMS
A Bienal do Lixo encerrou sua primeira edição em Salvador reunindo mais de 8,5 mil visitantes ao longo de quatro dias (de 4 a 7 de setembro), no Farol da Barra e na Associação Atlética da Bahia. Reconhecida como um dos maiores projetos culturais e socioambientais do Brasil, a iniciativa promoveu uma verdadeira imersão no universo da arte, sustentabilidade e do consumo consciente, deixando um legado concreto para o município.
Entre os legados destaca-se a doação da escultura Polvo, do artista Cláudio Calvo da Silva, produzida em chapa de ferro, garrafas PET e outros materiais recicláveis, que agora integra o patrimônio cultural de Salvador, e que ficará exposta permanentemente no Largo do Forte de Santa Maria.
Outro destaque foi a reutilização das lonas do evento, que foram transformadas em bancos e doadas à Associação de Moradores e Amigos da Barra (Amabarra), reforçando o compromisso com a economia circular e o reaproveitamento de recursos.
“A Bienal do Lixo em Salvador mostrou que arte e sustentabilidade caminham juntas. O resíduo pode ser transformado em arte, inspiração, novas atitudes e também em oportunidades sociais e econômicas. Tivemos debates, cinema, cultura e muita criatividade, reforçando que Salvador é uma cidade resiliente, comprometida com o futuro e protagonista nas discussões globais sobre meio ambiente e inovação. Sigamos com esse propósito, de forma coletiva e intersetorial, para pautar o debate e as ações de sustentabilidade. Agradeço aos organizadores e reitero o compromisso da cidade em fortalecer essas parcerias”, destaca a vice-prefeita e secretária de Cultura e Turismo (Secult), Ana Paula Matos.
Idealizadora e diretora-executiva da Bienal do Lixo, Rita Reis celebrou os quatro dias de cultura, arte e consciência ambiental em Salvador: “Deixamos um legado de obras, diálogos e aprendizados que reforçam o compromisso da cidade com a sustentabilidade. Agradecemos imensamente à Prefeitura de Salvador pelo apoio que foi fundamental para a realização do evento”.
Para o secretário de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-estar e Proteção Animal (Secis), Ivan Euler, a Bienal do Lixo foi um marco para Salvador, unindo arte, educação ambiental e economia circular em um dos pontos mais emblemáticos da cidade. “O sucesso do evento é resultado direto da articulação entre a sociedade civil, artistas, empresas e a Prefeitura, que reafirma seu compromisso com a inovação e a construção de uma cidade mais consciente e resiliente”, afirmou.
Com curadoria e produção das agências La Mela e Usina, a Bienal ofereceu uma programação gratuita que mobilizou artistas, especialistas e o público em torno de experiências criativas em dois espaços: uma área de quase 2 mil m², no Farol da Barra, e na Associação Atlética da Bahia.
Na programação, o público pôde conferir: a Exposição de Arte, com obras de oito artistas que transformaram resíduos em peças de impacto estético e crítico; e a Mostra de Cinema Ambiental, exibição de oito produções – entre curtas, documentários e animações – que discutiram temas ligados ao descarte e ao reaproveitamento de resíduos.
Além disso, houve Painéis de Diálogos, com cinco encontros que reuniram especialistas para debater a Política Nacional de Resíduos Sólidos, os caminhos para a economia circular e as perspectivas para a COP30, que será realizada em novembro em Belém (PA); Oficinas criativas (15 atividades de formação prática, nas quais o público pôde aprender a transformar resíduos em novos objetos); Moda Sustentável (desfile que apresentou peças criadas a partir de materiais reaproveitados) e Arte Global (participação da ONG queniana Ocean Sole, que expôs esculturas feitas com chinelos reciclados recolhidos em praias e oceanos).
“O sucesso de público mostra a importância da temática e da reflexão sobre os impactos do consumo e o papel de cada pessoa na transformação de resíduos em soluções. Muito feliz com o resultado da Bienal do Lixo aqui em Salvador e pela maneira calorosa que o projeto foi acolhido”, afirmou Mário Farias, idealizador e diretor da Bienal do Lixo.
Patrocínio e realização – A Bienal do Lixo 2025 é apresentada pelo Ministério da Cultura e Rabobank, viabilizada pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, com realização das agências La Mela e Usina, Ministério da Cultura, Governo Federal e apoio da Prefeitura de Salvador.
O evento contou com o patrocínio de Rabobank, GWM, Klabin, Deloitte, Química Anastacio, Suhai Seguradora, Irani Papel e Embalagem, Burger King, Starbucks, Popeyes, Banco do Nordeste, Vivensis, Faber-Castell, Celomax, Green Mining e Positiv.a.
Em consonância com os objetivos da COP30, a Bienal reforça seu papel de transformação e conscientização no cenário global das mudanças climáticas, consolidando-se como um espaço que une arte, educação e impacto socioambiental.