Encerrando os compromissos oficiais na capital baiana, a primeira-dama do Brasil, Janja da Silva, acompanhada da primeira-dama da Bahia, Tatiana Velloso, participou na tarde desta sexta-feira (15), da comemoração pelos 20 anos da Fábrica Cultural, organização social localizada no bairro da Ribeira, em Salvador. A agenda destacou o papel da instituição no fomento à cultura e no incentivo ao empreendedorismo, especialmente o feminino, em parceria com o Governo do Estado.
O local abriga projetos que impulsionam negócios criativos, promovem o protagonismo das mulheres e movimentam a economia local, principalmente na Península de Itapagipe. A empreendedora Ana Cristina das Neves Silva, 65, do bairro do Gravatá, fundadora da marca ‘Candaces Moda Afro’, vende roupas afro, incluindo peças femininas, masculinas e plus size, desde a inauguração da Fábrica.
“A participação aqui foi essencial para dar visibilidade à minha marca, antes desconhecida. Trouxe ainda, grande reconhecimento, boa aceitação no mercado e retorno financeiro. É fundamental que a representatividade negra esteja presente em todos os espaços. Espero que iniciativas ousadas como essa continuem”, afirmou.
Durante a visita, a comitiva assistiu a apresentações culturais baianas, como a das “Ganhadeiras de Itapuã”, conheceu as instalações, visitou estandes de empreendedoras e participou de uma roda de conversa com mulheres que inspiram e transformam realidades por meio da cultura e do empreendedorismo.
“Estamos em um palco só de mulheres e isso é muito significativo, porque sabemos o quanto é difícil termos esse espaço. Agradeço à ministra da Cultura, Margareth Menezes, por iniciar uma organização tão importante como a Fábrica Cultural, que busca fomentar e resgatar a identidade cultural baiana, através do empreendedorismo, principalmente o feminino”, destacou a primeira-dama Janja, durante discurso.
Emocionada, Margareth Menezes, que é uma das fundadoras e gestoras da Associação Fábrica Cultural em Salvador, falou sobre como tudo começou. “Sabemos de todos os desertos que atravessamos para manter isso aqui de pé. Através da colaboração dos parceiros conseguimos aqui hoje, após 20 anos, ouvir depoimentos de mulheres, que chegaram aqui ainda adolescentes, e falaram sobre como a fábrica transformou as suas vidas e realidades. Agradeço a todos que nos ajudaram a fazer esse trabalho de excelência”.
Para a primeira-dama da Bahia, Tatiana Velloso, a iniciativa reafirma o compromisso do Estado com políticas que unem cultura, geração de renda e igualdade de gênero. “É uma honra estar nessa fábrica de ideias, iniciada por mulheres visionárias, que impacta milhares de vidas. Viva o Governo Federal e Estadual por reconhecer o potencial das mulheres como protagonistas na economia criativa e seguir fortalecendo parcerias que promovem oportunidades e valorizam a nossa identidade cultural”, afirmou.
A secretária de Políticas para as Mulheres, Neusa Cadore, destacou que “o espaço é sinônimo de inclusão, fortalecimento da economia criativa e vitrine para a arte e o empreendedorismo, especialmente feminino — já que 80% dos participantes do projeto são mulheres”. Ressaltou ainda que a localização estratégica favorece a comercialização e circulação de produtos, beneficiando a Península de Itapagipe e toda a Baía de Todos-os-Santos.
Além das primeiras-damas e da ministra da Cultura, participaram da agenda a ministra da Igualdade Racial do Brasil, Anielle Franco; e de Direitos Humanos e Cidadania do Brasil, Macaé Maria Evaristo dos Santos. Outras autoridades presentes reforçaram a articulação intersetorial do Governo da Bahia para fortalecer o setor cultural e o empreendedorismo feminino.
Sobre a Fábrica Cultural
A Fábrica Cultural é reconhecida como Organização Social de utilidade pública, sendo referência em ações sociais e de capacitação. A instituição está instalada no espaço da antiga Fábrica de Linhos Nossa Senhora de Fátima, no bairro da Ribeira, em Salvador. Cedido pelo Governo da Bahia, o espaço promove ações gratuitas de inclusão sócio produtiva, formação cultural e fortalecimento da identidade baiana, há duas décadas. Ao longo dos anos, realizou projetos de grande impacto social, incluindo a gestão do artesanato da Bahia em parceria com o Governo do Estado, o que permitiu levar políticas públicas a todos os 27 territórios de identidade.
“O espaço é uma potência cultural de 8 mil m², que valoriza música, arte, gastronomia, artesanato e ideias criativas, sempre a partir da escuta das necessidades das comunidades. Como exemplo, o Mercado Iaô, que reúne mais de 5 mil empreendedores e o trabalho em Maragogipinho, maior centro oleiro da América Latina, revelado para a Bahia e o mundo graças a essa parceria”, destacou Jaqueline Azevedo, diretora executiva da Fábrica Cultural.
Repórter: Simônica Capistrano/GOVBA