ENTRETENIMENTO

Escola municipal no Garcia desenvolve projeto de combate ao bullying – Prefeitura Municipal de Salvador

Fotos: Jefferson Peixoto/Secom PMS

Reportagem: Lucas Vieira e Nilson Marinho/Secom PMS

A Escola Municipal Hildete Lomanto, no Garcia, realizou uma série de atividades educativas com alunos para reforçar com os jovens estudantes a importância de discutir e prevenir a prática do bullying – atos de violência física ou psicológica no ambiente escolar. A ação ocorre em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência nas Escolas, celebrado na segunda-feira (7).

Os estudantes, do 6º ao 9º ano dos turnos matutino e vespertino, participaram de uma programação que incluiu a exibição de um curta-metragem que retrata os impactos emocionais do bullying na vida de um adolescente. Após o filme, foram promovidos momentos de reflexão, rodas de conversa e apresentação de slides com informações técnicas sobre o tema. Os alunos também puderam se expressar por meio de desenhos, relatando se já vivenciaram situações de bullying e como se sentiram.

A diretora da unidade de ensino, Ida Guimarães, diz que a escola já conta com um projeto, o “Bullying comigo, bullying com todos”, e que os índices dessa prática, felizmente, são pequenos na escola. Ela reforça ainda que todo o corpo docente, assim como os alunos, está atento a qualquer atitude que sinalize um comportamento discriminatório. Nesses casos, os pais, tanto de quem é vítima, como de quem pratica o bullying, são comunicados e acionados para uma conversa.

“Nós tratamos esse tema com muita seriedade. A gente combate o bullying com palestras, reuniões nas salas de aula, com os professores e também com a comunidade. Outro ponto importante é o momento da ‘escuta’. É quando o aluno que sofre bullying procura a gestão, a coordenação ou um professor. A gente acolhe, escuta e tenta alinhar uma ação com quem praticou o bullying, com a vítima e com as famílias envolvidas. Essa ação já faz parte do projeto desde o ano passado e a escola toda abraçou a ideia. Os alunos, os funcionários, todo mundo participou. Mandamos fazer camisas do projeto e até o porteiro usa a dele todos os dias. Isso mostra o quanto a escola está engajada”, comenta a gestora.

Inclusão – Ainda segundo a diretora, muitas das iniciativas foram pensadas para promover a inclusão de estudantes com deficiências (PCDs), como autistas e alunos com outras condições. Esses estudantes, pontua Ida, estão entre os que mais sofrem bullying. Por isso, a unidade de ensino faz questão de realizar um acolhimento individualizado, respeitando as necessidades de cada um.

“A parceria com a família é fundamental. Mas também há aquelas que têm dificuldade em aceitar o diagnóstico dos filhos, ou que não sabem onde buscar ajuda. Às vezes, fazemos a ponte com instituições e clínicas para facilitar esse acesso”, relata.

Impacto – A estudante Luanda Ornelas, de 14 anos, do 8º ano A, foi uma das alunas que participaram da ação. Ela lembra de uma atividade anterior sobre bullying que também marcou a comunidade escolar. A estudante diz também que já foi vítima dessa prática há dois anos, justamente em seu primeiro dia de aula, e que a situação foi resolvida com a ajuda da direção.

“Foi uma ação parecida com a de hoje, em que explicaram tudo direitinho, porque alguns alunos estavam sofrendo bullying. Aí chamaram todo mundo para conversar e esclarecer o que estava acontecendo. Depois, fizeram uma marcha da paz e contra o bullying, principalmente porque tinha muitos alunos autistas ou com alguma deficiência, e eles estavam sofrendo muito. Já sofri também, por causa do meu tamanho, mas falei com a diretora, chamaram a menina que fez isso e resolveram tudo direitinho. Ela não voltou a fazer bullying depois disso”, relata a adolescente.

O aluno Téo Lemos, também de 14 anos, do 9º ano B, compartilha sua experiência também como vítima dessa prática. “Eu já sofri bullying, tanto aqui quanto em outras escolas, inclusive particulares. Acontece em todo lugar. Mas falei com meus responsáveis e com a direção, e hoje em dia está tudo resolvido. Conheço pessoas que chegaram a se autoflagelar. Por isso, acho muito importante a escola abordar esse tema”, conta.

“Esse trabalho com o projeto de combate ao bullying ajudou bastante. Depois dele, o número de casos caiu bastante. A gente não aceita mais nem piadinhas. Recentemente, um aluno trouxe uma tesoura para cortar o cabelo do colega, dizendo que era ‘cabelo de fogo’. O outro menino ficou com vergonha do próprio cabelo. E ainda por cima, estava sendo ameaçado para não contar”, finaliza Ida Guimarães.